terça-feira, 25 de maio de 2010

A Chegada de Mercedes Sosa


Meu pai já desencarnou à cerca de 12 anos. Partiu cedo com cerca de 68 anos. Tinha um problema de coração congênito, mas turrão, nunca quis se tratar e proibiu minha mãe de avisar às filhas do mal que tinha. Assim, ele que nunca ficara doente e nem nada, em um dia ficou de cama, no outro já foi para o Hospital. Daí veio a notícia da insuficiência cardíaca e a solução somente seria um transplante. Entre a internação e o óbito foram cerca de 60 dias.
Na época eu estava na faculdade e durante todas as minhas férias de dezembro e janeiro, fiquei com meu pai no Hospital, já que minha mãe tinha uma doença degenerativa grave(essa caso merece outro post)e minha irmã estava em São Paulo estudando e trabalhando. Meu pai faleceu em um dia e no outro eu tive que voltar para Minas retomar as minhas aulas que já haviam recomeçado.
Quando voltei para casa, minha mãe reclamou:

-"O pessoal do serviço do seu pai estão ligando assustados. Ele está indo trabalhar!"

Afs. Já não me bastava todo o stress cármico em vida física, e ainda tinha mais essa. Meu pai não havia recobrado a consciência da morte repentina e tinha voltado a sua velha rotina em vida. Mas estava morto.
Isso é muito comum, principalmente com mortes violentas, repentinas. As pessoas não aceitam a própria morte e vão trabalhar, estudar ou dormir em suas camas.
O pior é que isso pode durar muito tempo. O tempo e espaço aqui e no extrafísico são muito relativos.
-"O que é que vc quer? Quer que eu vá lá exorcizar o meu pai?" Respondi irônica ao questionamento da minha mãe. Cuido de vivos, não cuido de mortos, completei.

Eu já tinha problemas demais. Estudava longe e não podia sonhar em largar ou trancar, pois senão os problemas familiares terminariam de me engolir e não conseguirira terminar os estudos. A doença da minha mãe era muito grave , e seu temperamento não ajudava. Consumia tudo e a todos por seu estado.
Por fim, com o tempo, meu pai recobrou a lucidez, se tratou e logo voltou a trabalhar. Mas no plano espiritual. No início ajudava as pessoas desencarnadas recentes, depois foi ensinar às crianças em cursos pré-encarnatórios. Não conversamos através de Médiuns, mas sonho bastante com ele quando ele me visita. Meus meninos também me dão muitas notícias dele, e aproveitam bastante os ensinamentos do avô. Assim fico muito tranquila em relação a ele, por saber que esta muito bem, lúcido e esá trabalhando e ativo.
Então vou contar uma curiosa história, contada pelo Menino Gavião:
Meu pai nasceu em um país andino. Cresci ouvindo Mercedes Sosa.
Mercedes Sosa influenciou muito os países latino-americanos com sua poesia, sua música, seu protesto.
Incrível que o Brasil, cercado de Hermanos, pouco se influencia pelas belas músicas hispanicas. A influência da lingua inglesa seja na cultura, música e moda, é intensamente muito maior que a hispanica.
Eram nas canções de Mercedes Sosa que meu pai matava saudades de sua Terra natal.
Portanto, assim que ela desencarnou, meu filho disse que ele se arrumou todo qual um "Mariachi" e foi lá todo prosa recebê-la.
O que ele não imaginava...Era a enorme fila que se colocou no quarto de hospital da mulher. Era tanta gente querendo recebê-la que meu pai não conseguiu chegar nem perto dela. Aliás, os guias da Mercedes, tiveram que expulsar as pessoas de lá:

-"Gente, Gente! Vamos deixar ela desencarnar em paz! Vamos embora por favor! Respeitem esse momento dela!" Repetia o pobre guia, já que o quarto estava praticamente lotado de gente querendo tocar, conversar, receber, dar as boas -vindas à Mercedes Sosa no Plano Espiritual.
Enfim. Depois que ela desencarnou, se tratou e recobrou a lucidez, todos prepararam uma grande festa para recebê-la.
Crianças em coro cantaram e dançaram suas canções, houve muitas festividades, cumprimentos, abraços.
E ela, até chorava de tanta alegria, pelo carinho recebido. Agradeceu a todos a presença e o carinho.
Depois cantou suas belas músicas para todos os presentes. E meu pai estava lá, na primeira fila todo feliz.
Eu daqui, ouvindo essa linda história ficava imaginando, como deve ser muito bom uma pessoa tão querida e carismática, ser tão bem recebida do outro lado da vida!


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