sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O Resgate do Terceiro Filho

O meu Totem animal é um grande Tigre Negro.
Eu o convoco para lutar e me defender no mundo físico e espiritual.
O Totem de meu marido, Gavião Negro, é um Tigre Branco.
O descobri acidentalmente ao convocar meu Tigre Negro nas lutas de esgrima.
Quando lutamos entre nós dois, ninguém vence, praticamente anulamos nossos golpes.
Quando juntos, entramos em sintonia e em equilíbrio, como o Yin e o Yang.
Unidos, somos muito poderosos e podemos enfrentar qualquer coisa que ouse se atravessar em nosso caminho.

A família Tigre fica completa quando nossos filhos Menino Gavião (tigrinho branco) e Menino Falcão (tigrinho negro) se juntam a nós.
Mas sempre que procuramos ver pela terceira visão ou no plano astral nossos Totens Tigres brincando na neve, sempre temos 3 filhotes: um branco, um negro e um laranja (o único "normal" da família).


O tigrinho laranja brinca ativamente com seus irmãos e juntos formamos uma grande família. Apesar que na natureza o macho/pai não desfruta da companhia da fêmea/mãe e dos filhos, nossos totens formam uma grande família unida e guerreira.

Estamos sempre correndo na neve, brincando e caçando. Haja caça para sustentar essas boquinhas!!!
Marido adora brincar com os filhos, mas como eles já estão bem crescidos e fortes, três contra um é sempre meio barra-pesada.

-Eles estão uns trogloditas! Pulam em cima de mim como páraquedas! Choraminga o marido.

-O que vc queria? Filhos magros, raquíticos e apáticos??? Questiono o marido sobre seus reclames.

-Não esposinha, não é isso, eles estão lindos, mas fortes demais. Me derrubam, me mordem, caem de dois a três em cima de mim de uma vez! Explica o pobre marido tigre, sacudido diariamente pelos seus três filinhos tigrinhos.

Mas um dia, conversando com Menino Gavião que ainda vive no Mundo Espiritual, perguntei sobre o terceiro filho:

-Quem é o tigrinho laranja?Perguntei curiosa, já que somente dois meninos me haviam sido apresentados para encarnar como meus filhos nesta vida.

-É o John Logan mãe. Nosso irmãozinho perdido.

John Logan.
John Logan era o nome do meu terceiro filho, que eu havia planejado à alguns anos atrás. Mas depois que os dois meninos começaram a me ver e conversar comigo, achei que não existiria 3° filho e deixei para lá, já que a minha idade meio avançada, não me ajudava a planejar uma família muito numerosa.
Nesta minha vida terrena, tive que andar por caminhos muito tortuosos e só recentemente encontrei meu amor do passado, Gavião Negro.
E ainda assim, o caminho até ele não fora nada fácil. Assim, eu meio que estou no meu limite reprodutivo. Dois meninos estariam garantidos.
Queria poder ganhar tempo e fólego para um terceiro filho, quando os dois primeiros já estivessem maiores e independentes. Mas com tanto percalço de inimigos, magias, macumbas e outros, acabei deixando essa história para lá.
Com o surgimento dos Totens, me indaguei pelo tigrinho laranja. O terceiro filho estava lá!

-Onde está o John Logan? Porquê ele ainda não veio me ver, perguntei ao Menino Gavião.

-Ele está em tratamento. Sofreu demais na sua última vida. Morreu na rua, drogado e abandonado.
Então meus pensamentos me levaram a um experiência nada legal de uns pseudo-guias há uns 20 anos atrás desta vida física. Era em uma época onde eu atuava no IIPC e trabalhava minhas técnicas de projeção astral, de descobrimentos dos amparadores espirituais, guias espirituais, energização e estava começando a descobrir as vidas passadas.

Em uma projeção astral lúcida, uma Guia Espiritual me mostrava em uma grande tela, eu como mulher em uma vida passada, chorando e sofrendo pela morte de um filho menino de aproximadamente 4 anos. Ele morrera de alguma moléstia, causada provavelmente pela medicina precária e pelo excesso de pestes da época. Instantânemente todo o sentimento de sofrimento, dor e desespero pela morte precoce do filho que senti naquela época veio e tomou meu coração. Era um resgate de vida passada duro, doloroso, e ainda
hoje me questiono se aquilo tudo foi realmente necessário.

E para piorar toda a história, a Guia (pseudo-guia na minha opinião) me informa que nesta vida, esse meu filho era menino de rua. Logo me mostrou a visão de um adolescente muito magro, sujo, andando na rua com outros mendigos e desabrigados, descalço e com uma caixa de engraxate nas costas.

Depois de todo esse estrago, a Guia se vai e me deixa com esse pepino na mão.

O que fazer com essas informações? Busco descabeladamente esse filho de outra vida? Mas nesta vida eu não tenho vínculos com ele?

O que fazer? Será que eu o encontro? Onde? Como...

Perguntas de todos os tipos e que todas ficaram sem respostas até hoje. E eu fiquei com o coração partido e sofrido.

Não bastava apenas me mostrar a dor de ter perdido um filho em outra vida. Tinha que mostrar também que ele sofria nesta vida de abandono, fome, frio, violência nas ruas, drogas e o crack.
Fiquei triste e angustiada por um bom tempo.
Embora meus olhos sempre varressem os locais onde os meninos de rua ficavam, nunca o encontrei.


Independente desse "experiência amarga", sempre havia praticado a caridade, e nunca havia feito nenhum aborto ou coisa parecida. Estava estudando e entrando para a faculdade.
Realmente, foi um experiência desnecessária, que só me trouxe dor e nenhum sentido para ela.


Gosto muito de fazer regressão de vidas passadas, mas com objetivos claros e quando a gente QUER VER UM FATO ESPECÍFICO. As regressões são excelentes formas de auto-conhecimento e entendimento. Mas na experiência relatada acima, eu em nenhum momento pedi para ver algo dessa natureza, e essa Guia Espiritual veio até mim de forma espontânea.
Conversei com Menino Gavião sobre isso, e ele também não entendeu o propósito da coisa.

Pedi para ele ver esse meu filho perdido e me trouxesse notícias. E assim ele o fez.

-Mãe, conheci o José Henrique, anunciou Menino Gavião.

-Quem? Perguntei.


-O John Logan. Chamam ele de José Henrique, acho que era o nome dele da última vida.

E então, Menino Gavião me contou a triste história do meu tigrinho laranja:

"- Ele fora abandonado pela mãe muito cedo. Não conheceu o pai. Família desestruturada, não tinha comida em casa. Só bebida, drogas e violência. Logo ele foi para as ruas tentar sobreviver. Sua mãe daquela vida também morreu precocemente, causado pelas drogas, fome, alcoolismo, prostituição e o crack.

José Henrique era mais um em um bando de meninos descalços, desnutridos e perdidos na rua. Trabalhava um pouco como engraxate, mas como hoje a maioria das pessoas usam sandálias, tênis, e outros tipos de calçados, então ganhava muito pouco com esse bico.
Mendigava muito e quando tinha oportunidade, roubava para comer ou usar drogas. As drogas são muito comuns nas ruas e consomem a vida dessas pessoas sem futuro, sem presente, sem passado.


Ele usava o que aparecia: álcool, maconha, cola. Mas o que era mais barato e rápido é o crack. Com o crack, ele mergulhava em um paraíso falso, em um mundo mágico e fugaz.
Assim, ele distraía a fome, a miséria, o abandono, o sofrimento, a dor.

Morria de medo de ir para o CAJE.

Quando ele morreu, ele demorou muito para entender o que havia acontecido com ele.
Assim que morreu, José Henrique entrou em desespero e em pânico. Quem o acolheu e o ajudou foi seu Zé Pelintra. Seu Zé Pelintra ajuda e acolhe os meninos de rua, até que eles estejam prontos para sair das ruas e ir para o tratamento espiritual e recomeçar de novo.
Mas o Demônio do crack não queria libertar José Henrique. Mesmo depois de morto, o Demônio do Crack ainda
reivindicava os direitos sobre sua alma.


Quando os Guias iam para o Limbo tentar resgatá-lo, ele fugia com muito medo, pois ele achava que ainda estava vivo e que queriam levá-lo para o CAJE. Foi muito difícil convencê-lo e infelizmente é muito comum em almas muito sofridas.

Foi graças a um de seus amigos de rua que já havia morrido e se tratado um pouco antes dele, que o conseguiu convencer a acompanhar os Guias, sair das ruas e ir para o tratamento espiritual.

Eu e Menino Falcão fomos vê-lo, mas não nos apresentamos, só o observamos e gostamos dele logo de cara. Sentimos uma empatia forte muito grande.

Ele estava jogando bola com outros meninos. Estava bem e feliz. O Guia dele disse que ele estava se recuperando bem e que ele havia parado de fumar recentemente. Os espíritos recém-desencarnados trazem muitas manias e vícios do passado e José Henrique ainda tinha o vício do fumo e do crack. Para ajudá-lo a superar, incentivavam trocar o cigarro por brincadeiras , doces e passeios.

-Agora ele tem que brincar muito, reaprender a ser criança, a criança que ele não teve oportunidade de ser na última vida. Superar o abandono e outros vícios daquela vida sofrida, explicou o Guia Espiritual que acompanha José Henrique.

Nisso, José Henrique avistou Menino Gavião e Menino Falcão com seus Guias no canto do campo de futebol. Correu até eles e perguntou eufórico se eles iam entrar para jogar também. Meus filhos sorriem para José Henrique mas avisam que não, só estão de passagem. José Henrique então retribui com um afobado sorriso e volta correndo para o campinho.
Pouco depois, ele dá um tempinho no jogo e corre para os braços de uma Guia, que lhe enche de beijos, o elogia e o coloca no colo para niná-lo.

-Esse é o melhor tratamento para ele hoje, completou o Guia: Amor e Carinho. Se tudo continuar correndo bem, talvez em 10 anos, José Henrique possa voltar à Terra para encarnar na família de vocês, explicou o Guia que acompanha o tratamento do menino.
Tudo depende dele, e o que eu posso dizer, é que ele está indo muito bem!!!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário