quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Jesus e os Evangelhos Perdidos

Quem acompanha este Blog, já percebeu que aqui não existem limites entre o Céu e a Terra.
Faço regressão à muitos anos, e graças a elas me conheço melhor como pessoa, o que vim fazer neste mundo e o meu papel neste Universo.
Apesar de ter tido uma formação Católica forçada, nunca me interessei em seguir o Cristianismo.
Não tenho nada contra a pessoa Jesus, mas a franquia que ganha dinheiro às suas custas e explora os pobres e ignorantes é realmente revoltante.
Entendo porém que neste planeta, boa parte das pessoas ainda são muito imaturas em termos de trajetória espiritual. Portanto se não houver um "freio", simplesmente muita gente não conseguiria viver em sociedade.

Infelizmente, muita gente precisa realmente escutar semanalmente nas "missas" ou "encontros" que não podem matar, beber, bater na mulher, que tem que trabalhar, ser digno, honesto, etc. Os praticantes das formas mais castrantes do Cristianismo, costumam ser pessoas extremamente limitadas na forma de pensar e raciocinar em relação à vida intrafísica.
Um "norte" precisa ser apontado para elas, e uma religião castrante é importante para que ele se acerte um pouco na vida e não matem ninguém. Nesse aspecto, realmente entendo o porquê das religiões ainda serem necessárias.

O grande problema é que cada um interpreta da sua forma, e as distorções são imensas. É revoltante que uma religião tão interessante como o Islamismo, tenha em seus membros radicais formas tão cruéis de tratar as mulheres.
Mas em geral, todas religiões modernas são bem machistas, e sinto saudades dos Cultos à Grande Mãe, na antiga região Celta.
Voltando ao tema Jesus, entre tantas regressões que fiz nesta vida, uma foi bem pitoresca:

Eu estava sentado encostado em uma grande muralha de pedra.
O deserto se abria a minha frente. Os ventos secos nos castigavam com areia que ardia em nossos corpos e olhos. Trapos velhos eram nossas vestes, onde procurávamos abrigo para que a areia não machucasse tanto.
Ao meu lado mendigos, pedintes, vagabundos. Todos sentados esperando os generosos viajantes, que sempre faziam um pouco de caridade antes de entrar em Jerusalém. Já nessa época, Jerusalém era uma cidade importante na região ocupada pelos Romanos. Estratégica, com rico mercado, os viajantes que cruzavam o deserto agradeciam aos Deuses sua chegada fazendo caridade.
E claro, nós os vagabundos e mendigos estávamos lá para concretizar o seu desejo.

Eu devia ter uns 14 anos, sexo masculino, magro e raquítico. Pobre e com uma perna defeituosa, andava com a ajuda de um pedaço de pau.
Quando os viajantes me viam, logo se compadeciam da minha situação e eram sempre muito generosos comigo. Embora pobre e miserável, eu estava sempre de barriga cheia. E para não criar inimizades, compartilhava o pouco que eu recebia com os outros mendigos. Assim, além de preservar minha pouca saúde entre os colegas e evitar conflitos invejosos, ganhava até proteção.

A nós, párias, éramos proibidos de entrar na cidade. Os enormes portões eram guardados por soldados romanos que não tinham o menor interesse pela nossa presença lá dentro. Nos restava a muralha, que nos castigava com o sol quente do deserto e o frio noturno.
Patrulhas romanas transitavam frequentemente perto da cidade. Jerusalém era uma cidade estratégica e toda a movimentação ao seu redor era monitorada cuidadosamente.
Eventualmente capturavam um ou outro mendigo quando não achavam ladrões, para uma pequena arena que divertia os nobres. Não era frequente, mas toda vez que um romano rico e poderoso estava entediado, corríamos perigo. Ladrões e assassinos eram executados prontamente para o deleite da plebe, então geralmente não tinham ninguém em estoque.
Nós, mendigos e vagabundos, éramos o combustível do pão e circo romano. Parecia que sentíamos o perigo pelo cheiro. Logo cedo que as patrulhas Romanas começavam a procurar pedintes, simplesmente evaporávamos. Infelizmente não conseguíamos avisar a todos os incautos, e invariavelmente algum colega bêbado, dorminhoco ou desavisado virava comida de leão. Paciência.

Certa vez porém, o comportamento das Patrulhas Romanas estava diferente.
Não procuravam mendigos para a arena. Não patrulhavam as muralhas para intimidar os inimigos.
Em atitude suspeita, apenas cochichavam uns com os outros, em percursos estranhos. A ordem deles era de observar o Profeta novato que estava dando muito o que falar na região:
Jesus de Nazaré.
O "Nazareno" como era citado.
O "nazareno" estava conversando com as pessoas, fazia palestras públicas ao céu aberto. Geralmente no comecinho da manhã ou então no finzinho de tarde, quando o sol já estava mais fraco.
O problema é que cada vez mais tinha mais gente interessada. Não eram só os pobres, pastores, vagabundos e aleijados. Comerciantes e nobres estavam no rol da sua platéia e isso realmente incomodava os Romanos. E cada dia mais gente "de bem", pagantes de impostos, engrossavam as fileiras.
Acho que o maior incômodo para os romanos, era de imaginar que o "Nazareno" começasse a aconselhar que parassem de pagar impostos, uma revolução comercial ou algo parecido. Um conflito financeiro na maior cidade da região, não seria nada interessante. Os pesados impostos cobrados dos comerciantes eram necessários para manter o exército e enviar ouro para Roma. Um estancamento dessa remessa teria consequências inimagináveis para a cidade.
Se o Nazareno falava de paz entre os povos, amor ao próximo, etc, os Romanos não estavam nem aí. O medo era que isso evoluísse para outros assuntos.
Por isso, a movimentação de soldados.
Todos estavam sendo orientados para vigiar o Nazareno, e reportar sua rotina.
E observar principalmente quem participava do seu público.


Como eu sempre fazia em avisar sobre a movimentação romana, fui em sua direção alertá-lo. Ele vinha na direção dos portões da cidade, e mal conseguia andar com tanta gente ao seu redor. A maioria não falava nada, só queria estar perto dele, ouvir ele, segui-lo. Outros falavam e gesticulavam, pedindo conselhos. Ele ouvia e tentava andar. Seu semplante era de uma paz e uma serenidade que pareciam inacreditáveis debaixo de um sol desértico de mais de 40 graus.
Fui contra a maré da multidão e avisei:
- Tome cuidado, mude de ares. Acho que você deve se afastar daqui um pouco, pois Romanos estão de olho em você.

Ele olhou para mim, riu, assentiu com a cabeça e continuou seu trajeto, ouvindo um homem que falava e gesticulava sem parar.
Fiquei parado, vendo a turba passar por mim e se afastar.
Voltei para minha muralha que me esperava com uma sombra fresca e me sentei.
Daí entendi.
Ele sabia que os Romanos estavam atrás dele.
Ele já sabia. Mas não ligava.
Ele tinha um caminho para seguir, e ele simplesmente continuou.
Um mendigo colega me perguntara o que eu fora falar com o profeta. Expliquei.
-Ha bem, disse ele relaxado. Achei que você ia pedir para ele consertar a sua perna!
-Não, não! Se eu fizer isso, ficamos todos sem comida!!
E rimos juntos.

Depois que eu me lembrei do que havia acontecido naquela vida, à dois mil anos atrás, resolvi que eu podia tentar conversar com ele novamente.
Mas não como "reza" e sim um bate papo no plano espiritual.
E um dia, consegui.
Estávamos em um local de suaves morros, recobertos por uma fina grama silvestre.
O sol estava se pondo, pálido e ameno entre nuvens, bem diferente do tempos de deserto. A brisa era fresca e suave.

Conversávamos e observei que ele vestia a túnica que era usada à cerca de 2.000 anos. Curiosa, perguntei:

-Você está usando essa mesma roupa para que eu te reconheça? Acho que não precisa, expliquei.
-Oh, não, não, disse. Na verdade, eu a acho mais confortável que as roupas modernas. Botões, zíperes, cintos, cuecas! Como o homem complicou as vestes, esclareceu rindo.

-Ha sim, entendo.

Daí então ele levantou um pouco a túnica, para que eu pudesse ver seus pés. E qual não foi a minha surpresa, que ele estava calçando um tênis Nike da última geração!

- Ué?? Isso não existia à dois mil anos, indaguei perplexa.

-Não..não tinha não. É uma pena, pois isto aqui é uma maravilha! Disse exultante. Olhe, caminhar naquela areia quente com aquelas sandálias duras, os pés ficavam feridos e com muitos calos. Vida difícil, desabafou. Gosto de conforto. Então uso o melhor das duas épocas, explicou rindo.

Acordei achando tudo engraçado. Já pensou, um religioso fervoroso rezando e aparece na sua visão o Nazareno vestindo túnica e Nike?
Muito Papa iria se revirar nas tumbas...

Bem, após essas visões interessantes, eu continuei sem seguir religiões e abominar mais ainda as igrejas cristãs.
Porque afinal de contas, todos nós somos parte de um.
Porque depois que vivermos várias experiências em vidas e mortes, voltaremos a ser parte de um, da Consciência Universal.
E somente evoluiremos quando ajudarmos a todos e respeitarmos todas as formas de vida.
Porque no fundo, eu, você, as formigas, os cavalos, os tigres, os peixes, as plantas... Enfim, somos todos parte dele!
Da Consciência Universal única.
Não sei o porquê da humanidade complicar tanto as coisas, se no final, é tudo tão simples!!!

Por fim, Clique aqui para ver um belo documentário da Discovery, sobre os Evagelhos perdidos.
Que se fossem reconhecidos, iriam ruir com o Cristianismo que conhecemos hoje, vale a pena ver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário