Recentemente eu escrevi um tipo de manifesto ou desabafo
sobre a falta de respeito ao livre arbítrio de “alguns guias espirituais”.
Quem se interessar, pode ler “Livre arbítrio existe?”.
Infelizmente, muitos
guias acham que manipular, mandar e coagir são formas de proteção e assim
cumprem mais facilmente sua “missão” e conseguem o que querem.
Eu tenho interagido com os guias espirituais de pessoas mais
próximas e muitos são simplesmente fantásticos de tão gentis, educados e
trabalhadores.
Mas sempre recebo visitas nem tão agradáveis assim, alguns invadindo
a minha casa e exigindo de mim mundos e fundos, sendo que até um caso teve
conseqüências desagradáveis como no texto “Nunca nada está tão ruim que não possa piorar”.
Eu posso dizer que eu luto contra o “bem” e contra o mal.
Literalmente.
Esta semana tive um grande atrito com a guia espiritual de
uma amiga, que para preservar seu nome, vou chamá-la de Raquel.
Raquel é médium, tem audição espiritual como eu, tem um pouco
de clarividência e também é médium de passagem, mas não sei ao certo se ela
sabe disso. Conhecemo-nos através de um jogo virtual e sempre conversamos.
Recentemente as nossas conversar começaram a ir para questões espirituais e
como ambas percebendo que tínhamos abertura para isso, começamos a discutir
vidas passadas, mediunidade e guias espirituais.
A vida de Raquel nunca foi fácil, mas na sua adolescência
ela sofreu uma grande violência nas ruas. Ferida e assustada foi acolhida pelo
seu vizinho na época, que hoje é o seu marido.
Mas por causa do que aconteceu, Raquel tem medo de andar
sozinha. Quase não sai de casa e sempre sai acompanhada. Não trabalha e estudou
pouco. Ela não fala diretamente sobre isso, mas percebo que a sua frustração é
grande.
Tentando-a convencer de ela poderia estudar e trabalhar se
tivesse Fé em seus guias, a guia ela começou a tomar partido da coisa.
“Baixou” na Raquel e começou a conversar comigo, explicando
as dificuldades dela e de sua guiada. Não achei normal, mas conversei com a
guia que Raquel chama de “Dançarina”.
Pois quase todos os dias “Dançarina’ começou a interagir no
chat, toda vez que Raquel comentava sobre vidas passadas ou outro interesse:
“- Minha menina não pode falar sobre o passado.”
“-Minha menina não pode sair na rua, senão os espíritos maus
acabarão com ela.”
“-Minha menina não pode trabalhar.”
Percebi que a guia dela tinha praticamente tomado conta do
chat e controlava tudo o que dizíamos. No começo eu achei bacana mas depois já
estava demais.
Raquel não percebia nada e Dançarina pediu sigilo sobre sua
presença no chat.
Eu respeitei, mas comecei a perceber que Dançarina manipulava
de uma forma muito agressiva a Raquel. Mas a casa caiu quando em uma das
conversas invadidas por Dançarina , ela entregou:
-“Sabe, eu que deixei aquilo acontecer com ela na rua quando
ela era mais jovem, entende? Ela era cabeça dura como você e não nos ouvia.
Assim ela se entregou a nós e agora ela nos escuta e nos obedece.”
Ouvi tudo e disse que entendia. Mas não entendia.
Depois fiquei um dia inteiro evitando-as para pensar melhor.
Usar de violência sexual para coagir pelo medo e pavor a sua protegida?
Ela
usava isso para mandar em Raquel.
Dançarina ameaçava Raquel diariamente, se ela saísse na rua,
os espíritos ruins a matariam. Mas quem deixou o mal acontecer foi ela mesma,
Dançarina.
Não acho certo. Não concordo. Um absurdo!
No outro dia mandei várias mensagens para Raquel, para ela
orar para São Jorge e Cosme e Damião, que são os santos que ela é devota. E
comentei que ela deveria repensar e voltar a trabalhar, mesmo sendo um trabalho
de meio período e ganhando pouco, já seria um começo para ela.
Sabia que Dançarina não ia gostar, mas era a minha opinião.
No chat, imediatamente Dançarina já tomou as rédeas :
-“Filha teimosa, ela não pode trabalhar, não pode sair na
rua, a missão dela é aqui dentro”
- Ficar confinada dentro de casa? Que vida é essa,
questionei?
-“É a missão dela minha filha, tem que confiar em nós.”
- Confiar? Eu não confio em você, e eu não confio em
ninguém. Deixe ela viver a vida dela.
-”‘Você não entende filha, a missão dela não é com a
matéria”
- Se estamos entre os vivos, é para viver a vida e ganhar o
mundo. Ela está infeliz aí, a missão dela é qual? Virar capacho do marido e da
sogra? Sem respirar? Que bela vida hein?
-Você acha que sou eu que faço isso com ela? Questionou
-Bem, foi você que a jogou aí dentro e graças a suas
técnicas não a deixa fazer mais nada.
-"Você está me desrespeitando filha."
-Não, eu respeito a sua posição, mas eu não concordo com você.
Eu não concordo com você por que isso se chama livre arbítrio, coisa que você
não respeita na Raquel.
- “Mas é para o bem dela, filha!”
- Ah então tranca ela numa caixa e joga a chave fora! Daí
você não tem com o que se preocupar, não é mesmo? Pois eu acho que as suas
atitudes são de entidade obsessora e não de proteção.
- “Eu vou embora, você é má, filha cabeça dura.Você não
entende, vou mandar a Raquel sair deste jogo e você nunca mais vai falar com
ela, nunca mais. Duas filhas cabeça dura...”
Nessa hora dançarina saiu brava e Raquel começou a chorar.
Eu disse que ia sair e que depois falava com ela. Raquel depois avisou que iria
sair do jogo, que não ia mais falar comigo.
Acendi uma vela e pedi uma sindicância sobre o caso. As
velas para Raquel queimavam bem e tranqüilas. Mas percebi a presença de Dançarina
na minha casa e a vela começou a pular e a chorar.
Minha casa estava cheia de guias, os boiadeiros, seu Nonô,
um preto velho, e os lobos da tribo do Xamã.
- “O que você pensa que está fazendo”, questionou Dançarina,
brava como uma fera ferida
- Eu estou abrindo uma sindicância contra você querida. Não
concordo com os seus métodos e eles devem ser revistos. O que você faz parecem
mais atitudes de uma entidade obsessora. Eu estou interditando você!! Já pedi a
sindicância, logo logo você vai ter notícias minhas!!!
-“Não é possível! Ela disse, você não tem poder para fazer
isso!”
- Eu não posso ir lá interditar vc, mas eu posso pedir uma
revisão do seu trabalho!
Aliás, que bom que vc está aqui, ei pessoal, esta é a guia
de quem eu falei, ela deixa a guiada dela escondida, não deixa acender velas ou
incensos.
Neste momento, Dançarina evaporou, e os lobos foram atrás
dela seguindo o seu rastro.
No fim da tarde tive noticias:
“-Venho lhe avisar que fomos até a casa da sua amiga e que
interditamos os guias dela.
Realmente encontramos muitas coisas equivocadas por lá e por
hora estão todos suspensos e sendo remanejados para reavaliação. Uma equipe de
emergência está no local para fazer suporte à Raquel e avaliar os danos.
Dançarina sabia muito bem o que estava fazendo e por isso deixada a sua
protegida escondida, não permitindo que ela acendesse velas ou incensos. Mas
graças aos lobos que rastrearam a energia dela que ela deixou na sua casa, foi
até fácil localizá-la.
Infelizmente não é um caso isolado. Muitos guias perdem a
noção da ética e do respeito, ficam cegos e controladores, eles mesmo fazendo o
papel de obsessores. Mas graças a sua denúncia pudemos intervir. Agora
esperamos que aos poucos a sua amiga possa começar a levar uma vida normal.”
É isso aí. Fiquei feliz por conseguirem intervir tão
prontamente, mas os estragos foram muito grandes e muito graves. Mas agora
Raquel terá ao menos a oportunidade de tomar suas próprias decisões sem
obsessores fazendo ameaças ou agressões.
O papel de um guia espiritual é de principalmente proteger e
orientar. Mas nunca interferir nas nossas escolhas. Isso se chama livre
arbítrio e deve sempre ser respeitado.
Alerta
Alguns sinais são muito claros quando nossos guias ou outras
entidades do “bem” estão perdendo a mão:
-Impor uma situação. O guia deve oferecer soluções e
sugestões, a palavra final e sempre do guiado;
- Ameaças físicas ou verbais. Alguns guias sufocam seus
guiados e os deixam desprotegidos de propósito para então embutir o MEDO. O
guiado fica com MEDO de agressões de que não entende e de que não consegue se
defender. O guiado deve acender uma vela para o seu anjo da guarda e entidades
protetoras e pedir proteção. Nunca aceite ameaças físicas ou verbais.
- Subjugação. O guia ordena e controla tudo o que o guiado
faz. Uma coisa é orientar, outra é manipular. Nunca aceite ser marionete de
alguém. Preserve sua posição.
Aceite críticas e sugestões mas pondere antes de
tomar uma atitude.
Preserve o seu livre arbítrio.
Sindicância
Bom, eu posso dizer que sou famosa lá em cima. Tenho
recebido alguns guias interesseiros em favorecer seus guiados às minhas custas
ou simplesmente vem um grupelho querendo determinar com quem eu devo me casar. Eu
corro todo mundo da minha casa literalmente. E sempre que vem muita gente chata
aqui, eu acendo uma vela e peço uma sindicância, aliás, eu estou sempre fazendo
sindicâncias!!!
Se você não está satisfeito com o trabalho de alguns guias
ou presenças, acenda uma vela para o seu anjo protetor e peça uma reavaliação
da sua equipe espiritual. No plano espiritual temos vários guias, muitos são
trabalhadores e honestos mas muitos são arrogantes e querem passar por cima da
gente para deixar o trabalho deles mais fácil.
Nunca aceite ordens e imposição.
Você pode acender uma vela nova e pedir por vc mesmo, peça uma reavaliação e
diga o que está lhe incomodando. Você vai se surpreender com a rapidez que a
sua denúncia vai chegar aos ouvidos certos. Tenha fé e confiança.
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